Répteis - Clado Reptilia


Características gerais

  • Do latim reprilis, que se arrasta.
  • O tamanho dos répteis varia de alguns centímetros em alguns lagartos para mais de 10 metros em algumas serpentes.
  • Os répteis, como a maioria dos peixes e anfíbios, não utilizam o metabolismo para regular a temperatura corporal, por isso são chamados de "animais de sangue frio". Ao invés disso, devem tirar o calor d meio externo por meio de ações, como pegando sol várias horas por dia, sendo chamados por isso de "ectotérmicos" (do grego éktos, de fora; thermos, calor). 
  • Animais capazes de regular sua própria temperatura, como mamíferos e aves, são chamados de "endotérmicos" (do grego endo, dentro).
  • Por serem ectotérmicos, os répteis necessitam de bem menos calorias que os endotérmicos, mas também são incapazes de manter-se ativos por tanto tempo quanto eles.
 

Principais grupos

  • Squamata:
    • Mais abundante e diversificada.
    •  Reúne as serpentes, lagartos e anfisbenas.
    • Há espécies peçonhentas.

https://www.portalarauto.com.br/Pages/171727/por-que-aparecimento-de-lagartos-e-cobras-e-comum-com-a-chegada-do-calor

https://conhecimentocientifico.r7.com/anfisbena/

  • Chelonia (quelônios):
    •  Reúne as tartarugas (marinhas e de água doce), cágados (de água doce) e jabutis (de terra firme).
Qual a diferença entre jabuti, cágado e tartaruga? - Ponto Biologia
  • Crocodila:
    • Reúne crocodilos, jacarés e gaviais, que só vivem em regiões quentes próximos principalmente de água doce, mas às vezes do mar.

  • Rhynchocephalia
    • Reúne apenas duas espécies restritas à Nova Zelândia, conhecidas com tuataras.
Scientists Unveil the Complex and 'Highly Unusual' Genetics of Tuataras |  Science Times
 

Sistema esquelético

  •  Semelhante ao dos outros tetrápodes, salvo algumas exceções.
  • As serpentes não apresentam esqueleto apendicular, pois não têm pernas. Acredita-se que seus ancestrais possuíam pernas que foram perdidas.
  • Os quelônios têm as costelas fundidas à carapaça óssea.


Revestimento corporal

  • Possuem pele como os demais craniados, dividida em derme e epiderme.
  • A epiderme dos répteis e formada por uma camada espessa de células mortas e impregnadas de queratina, proteína fibrosa e resistente. 
  • Demonstra adaptação ao ambiente terrestre, em que a perda de água deve ser reduzida.
  • A camada epidérmica queratinizada forma placas denominadas escamas córneas, intercaladas com trechos menos queratinizados e mais flexíveis.
  • Na região dorsal de algumas espécies formam-se placas dérmicas de natureza óssea que são muitos resistentes e crescem com o animal.
  • Algumas espécies, como lagartos e serpentes, trocam periodicamente a camada de epiderme mais externa, permitindo o crescimento (como nos artrópodes).

Sistema digestório

  • Assemelha-se ao dos anfíbios de maneira geral.
  • A maioria dos répteis é carnívora, algumas espécies de cagado, tartaruga e lagarto, são herbívoras.

Sistema respiratório

  • Possuem pulmões mais desenvolvidos que os dos anfíbios, com mais dobras internas.
  •  Músculos ao redor das costelas permite que eles expandam e contraiam a caixa torácica, forçando o ar a entrar ou sair dos pulmões, em um processo chamado ventilação pulmonar.
  • Algumas serpentes possuem apenas um pulmão, provavelmente como adaptação ao seu formato alongado e fino.

Sistema circulatório

  • Circulação sanguínea dupla.
  • Coração apresenta dois átrios e dois ventrículos nos crocodilianos e dois átrios e um ventrículo nos demais (não crocodilianos).
  •  Nos não crocodilianos há dois septos musculares incompletos (vertical e horizontal) que delimitam três compartimentos ventriculares: cavidade pulmonar, cavidade arteriosa e cavidade venosa.
  • O separação dos corações dos crocodilianos é completa a não ser pelo Forâmen de Panizza, um tubo que conecta a aorta esquerda direita, permitindo a mistura de sangue oxigenado com não oxigenado. Os sangues só são misturados em situação de apneia, como ocorre durante o mergulho. 
 

Sistema excretor

  • Excreção é realizada por um par de rins. A urina é conduzida por um par de uréteres diretamente para a cloaca ou passa por uma bexiga urinária antes.
  • A maioria dos répteis excreta seus resíduos nitrogenados na forma de ácido úrico, que é pouco solúvel em água e portanto necessita menos água para ser eliminado, permitndo que os répteis reabsorvam a água da urina na cloaca, eliminando o ácido úrico como uma pasta branca e semissólida. Além disso, o ácido úrico pode ser armazenado dentro do ovo até o nascimento.

Sistema nervoso

  • Comparável ao dos anfíbios mas com algumas inovações.
  • A visão é boa no geral e o olfato em alguns grupos é excepcionalmente bem desenvolvido.
  • As serpentes possuem o órgão de Jacobson no céu da boca, que age como um quimiorreceptor. Por isso elas têm o costume de tirar a língua para fora da boca e depois colocá-la no céu da boca.
  • As serpentes são surdas, mas conseguem captar sons vindos do solo por meio dos ossos do crânio.

Reprodução

  • Dioicos e ovíparos, em sua maioria. Algumas espécies são ovivíparas, mantêm os ovos dentro do corpo até o fim do desenvolvimento. Algumas espécies de serpente são vivíparas e desenvolveram uma estrutura semelhante à placenta.
  • Os répteis normalmente abandonam os ovos imediatamente depois da postura. Algumas espécies de lagartos e serpentes os protegem até a incubação. Algumas espécies de crocodilos os protegem até um pouco depois da incubação.
  • Os machos introduzem o pênis na cloaca da fêmea durante a cópula.
  • Fecundação interna e desenvolvimento direto.
  • Fêmeas de algumas espécies de serpentes, lagartos, tartarugas e cágados podem armazenar os espermatozoides por um ano ou mais, até fecundar os ovos.
  • Algumas espécies de lagartos são compostas inteiramente de fêmeas que se reproduzem por partenogênese, processo em que o óvulo se desenvolve sem que ocorra a fecundação.
  • Os ovos de serpentes, da maioria dos lagartos e de tartarugas são protegidos por uma casca flexível, com consistência de couro. Os ovos dos cágados, crocodilos e alguns lagartos apresentam casca rígida, como os das aves.
  • Os ovos dos répteis contêm água e alimento suficientes para todo o desenvolvimento embrionário. As trocas do embrião com o ambiente restringem-se aos gases respiratórios, que se difundem através do envoltório.
  • Durante o desenvolvimento embrionário dos répteis, aves e mamíferos formam-se estruturas associadas ao corpo do embrião denominadas anexos embrionários:
    • O âmnio é uma bolsa cehia de líquido que evita ressecação e protege de choques mecânicos.
    • O saco vitelínico é uma bolsa ligada ou sistema digestório do embrião, que envolve o vitelo e transmite seus nutrientes para o embrião.
    • O alantoide é uma bolsa ligada ao intestino do embrião e armazena suas excreções.
    • O córion envolve o embrião e todos os anexos. Está em contato íntimo com a casca do ovo.

Origem evolutiva

  • Os primeiros répteis provavelmente surgiram dos anfíbios há cerca de 350 milhões de anos atrás e se pareciam com os lagartos atuais.
  • Acredita-se que as aves e mamíferos se originaram de répteis primitivos.
  • Depois de uma grande explosão cerca de 245 milhões de anos atrás, os répteis passaram a ser os animais dominantes, expandindo-se para todos os habitats. Os mais sucedidos foram os dinossauros. Esse período (200 milhões a 65 milhões de anos atrás) ficou conhecido como a idade dos répteis.
  • Cerca de 65 milhões de anos os dinossauros desapareceram rapidamente, acredita-se que isso foi por causa de um impacto de meteorito.

 

 

Referências Bibliográficas

 AMABIS; MARTHO. BIOLOGIA - biologia dos organismos 2, Parte II. Moderna Plus. 4. ed. Moderna. cap. 11.7, p. 399-405.

 

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